Quais são as funções dos rins?
Os rins são dois órgãos localizados em ambos os lados da coluna vertebral, atrás das últimas costelas, e medem aproximadamente 12 centímetros. Pesam cerca de 150 gramas cada. Os ureteres são prolongamentos em forma de tubos que levam a urina dos rins para a bexiga.
Abaixo, as três as principais funções dos rins:
- Eliminar as toxinas ou dejetos resultantes do metabolismo corporal: uréia, creatinina, ácido úrico, etc;
- Manter um constante equilíbrio hídrico do organismo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos, evitando, assim, o aparecimento de edemas (inchaços) e aumento da pressão arterial;
- Atuar como órgãos produtores de hormônios: eritropoetina, que participa na formação de glóbulos vermelhos; a vitamina D, que ajuda a absorver o cálcio para fortalecer os ossos; e a renina, que intervém na regulação de pressão arterial.
Quais as enfermidades que podem levar a doença renal crônica?
No Brasil e na maioria dos países, são duas as enfermidades mais comuns que podem lesar os rins: hipertensão arterial e diabetes mellitus. Em nosso meio, essas duas doenças são responsáveis por 60% dos casos em diálise. Hoje em dia, as nefrites crônicas já não são a principal causa de doença renal crônica no Brasil. A terceira causa nessa lista é a doença renal policística, uma enfermidade geralmente hereditária.
Como eu descubro se meus rins estão funcionando bem?
Se você apresentar sintomas como edema (inchaço) nos pés e pernas, aumento da pressão arterial (pressão alta), palidez (anemia) e sangue na urina, os seus rins podem estar com problemas. Nesse caso, procure orientação médica ou peça mais informações para Fundação Pró-Renal.
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A doença renal crônica é a incapacidade dos rins realizarem suas funções normais. Os sinais e sintomas geralmente só aparecem quando já se perdeu 75% da função renal. Por isso, a maioria dos pacientes descobre a doença somente quando atingem o estágio 4.
Sintomas comuns da insuficiência renal crônica:
- Vontade frequente de urinar no período da noite;
- Inchaço nos olhos, nos pés ou nas pernas;
- Aumento da pressão arterial;
- Diabetes descontrolada;
- Anemia (palidez anormal);
- Sonolência, cansaço e fraqueza;
- Dores ou desconforto ao urinar;
- Dor na região dos rins;
- Mudanças na coloração da urina;
- Falta de apetite, náuseas e vômitos frequentes;
- Falta de ar.
Embora esses sintomas não sejam necessariamente consequência da insuficiência renal crônica, eles costumam aparecer em pessoas que sofrem da doença. Isso ocorre porque a doença causa alterações musculares, sanguíneas, digestivas, cardiovasculares e cutâneas (alterações na pele).
Mas, a insuficiência renal crônica tem cura?
Geralmente, não. Mas, graças aos avanços terapêuticos, a insuficiência renal pode ser compensada através de tratamentos que substituem a função dos rins, filtrando o sangue e eliminando o excesso de água e eletrólitos. Tudo através dos procedimentos dialíticos (hemodiálise e diálise peritoneal).
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Como o próprio nome indica, com a incidência da doença, os rins passam a desempenhar suas funções de maneira insuficiente. Como o processo se desenvolve de maneira lenta e gradual, diz-se que é crônica.
Durante esse processo, o organismo procura se adaptar de múltiplas formas para sobreviver, e a insuficiência renal pode manter-se assintomática, permitindo ao paciente uma vida normal durante muito tempo.
Os sintomas ou moléstias mais conhecidos são: hipertensão arterial, urina com sangue, urina com espuma (presença de proteínas na urina), edemas, eliminação de urina muito clara (como água), anemia (palidez, cansaço, dor no peito e sonolência).
Quando a enfermidade está muito avançada, pode haver perda do apetite, náuseas, vômitos, cãibras, prurido (coceira), perda de memória, falta de concentração, tremores, insônia ou sonolência.
Por que a pessoa com insuficiência renal fica pálida?
Porque o rim normalmente produz um hormônio chamado eritropoietina, que regula a produção de sangue na medula óssea. Quando os rins estão cronicamente doentes, diminuem de tamanho e passam a produzir menos hormônios, causando a anemia.
Quais exames podem avaliar a condição dos meus rins?
Creatinina: é uma proteína no sangue que, quando elevada acima dos valores normais, indica uma filtração inadequada nos rins. Através de um exame de sangue, podemos determinar a concentração de uréia e creatinina.
Exame de urina (ou parcial de urina): através dele, constata-se a presença, ou não, de proteínas que normalmente não existem na urina e que podem indicar lesão nos rins.
Exame de ultrassonografia: também pode ajudar a verificar o tamanho dos rins, formato e qualquer outra alteração significativa.
O que eu faço se meus rins já estiverem deficientes?
Existem alguns cuidados que você deve tomar para evitar maior perda de função:
Se a sua pressão estiver alta, é importante normalizá-la através da redução do peso, redução do sal na dieta, de exercícios físicos e medicamentos.
Reduza a ingestão de proteínas, principalmente as de origem animal. Isso poderá ser feito com o auxílio de uma nutricionista.
Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas ou pela incapacidade do organismo em utilizar quantidades normais de insulina, podendo levar a sintomas agudos e a complicações crônicas características. Este desequilíbrio na utilização da insulina causa aumento de açúcar no sangue e alterações podem ocorrer em diversas partes do organismo.
Tipos diferentes de diabetes:
Os tipos mais comuns são o tipo 1 e o tipo 2.
O do tipo 1 ocorre principalmente em pessoas jovens e era também conhecida como diabetes “juvenil”. Este tipo de diabetes é causado pela incapacidade do pâncreas em produzir quantidades suficientes de insulina. Na diabetes tipo 1, o paciente depende de injeções diárias de insulina.
O do tipo 2 desenvolve-se em pessoas habitualmente com mais de 40 anos. Neste caso, quantidades quase normais de insulina são produzidas pelo pâncreas, mas o organismo é incapaz de ter uma resposta de utilização normal. O aumento do açúcar no sangue pode ser habitualmente controlado com uma dieta apropriada e/ou através de medicações por via oral.
Também existem o Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA) e o Diabetes gestacional.
Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA) é um agravamento da diabetes tipo 2, em que o organismo se torna autoimune, começa atacar as células saudáveis do pâncreas, por engano.
Diabetes gestacional é temporária e ocorre somente durante a gravidez. Durante esse período, as taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas não atinge o valor da diabetes tipo 2. Por isso, toda gestante deve fazer o exame de diabetes durante o pré-natal. Esse tipo de diabetes afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e, posteriormente, pode acarretar no desenvolvimento de diabetes tanto para a mãe, quanto para o bebê.
Outras complicações que podem acontecer com a pessoa diabética
- Pressão alta (hipertensão);
- Endurecimento das artérias (arterioclerose), que afeta o coração;
- Doença nos olhos (Retinopatia) ou até cegueira;
- Neuropatia diabética (distúrbio nervoso que afeta principalmente os pés, pernas, braços e mãos).
O diabetes e o rim. Qual é a relação entre os dois?
Como consequência do diabetes, os pequenos vasos sanguíneos do organismo são lesados, sendo assim, o rim também é afetado, já que não consegue mais filtrar o sangue adequadamente. Com isso, a eliminação do excesso de sal e água do organismo torna-se mais difícil e substâncias tóxicas acumulam-se no sangue. Essa insuficiência dos rins, causada pela diabetes, é chamada “nefropatia” diabética.
Quando os nervos do organismo são lesados pela diabetes (neuropatia), pode ocorrer uma dificuldade no esvaziamento da bexiga. A urina pode ficar retida na bexiga e a pressão elevada no interior da bexiga pode subir e atingir os rins e, assim, ocasionar a hipertensão renal. Além disso, se a urina permanece muito tempo na bexiga pode ocorrer uma infecção urinária, por causa do rápido crescimento rápido de bactérias em função da alta concentração de açúcar na urina.
Outro ponto que pode ocasionar insuficiência nos rins é a medicação para combater a dor. Pessoas saudáveis, outros pacientes e pacientes diabéticos que tomam medicamentos como antiinflamatórios por uso prolongado ou sem orientação médica, podem ter uma perda rápida da função do rim.
As chances de um paciente diabético desenvolver doença renal é de, aproximadamente, 50% do tipo 1 (juvenil), e 10% do tipo 2 (início adulto).
Os sinais da doença renal em diabéticos
O sinal mais precoce de enfermidade renal diabética é o aparecimento de microalbuminúria (pequenas quantidades de albumina na urina, habitualmente não detectadas por exames simples de urina). A presença de microalbuminúria aponta a chances de, posteriormente, o paciente desenvolver proteinúria, que é presença de proteínas na urina, e insuficiência renal.
À medida que a quantidade de proteína na urina aumenta, ocorre uma diminuição da quantidade de proteína no sangue, o que resulta em retenção de líquido e, consequentemente, edema nas pernas e aumento das idas ao banheiro durante a noite.
- Proteína na urina (microalbuminúria);
- Pressão alta;
- Edema e câimbras nas pernas;
- Micções noturnas;
- Exames de sangue anormais (elevação da ureia, creatinina);
- Diminuição da necessidade de insulina ou medicamentos para controlar o diabetes;
- Enjoo pela manhã, náuseas e vômitos;
- Fraqueza, palidez e anemia;
- Perda de apetite e perda de peso.
Então, como prevenir a doença renal nos diabéticos?
- Manter o controle do nível de açúcar no sangue;
- Controlar a pressão arterial;
- Reduzir o consumo de carne bovina;
- Evitar o fumo e o álcool;
- Pelo menos uma vez por ano, fazer dosagem da albumina na urina de 24 horas e de creatinina no sangue;
- Praticar exercícios físicos com regularidade e perder peso, caso necessário e sempre com acompanhamento médico.
Mayara Olikszechen — Nutricionista da Fundação Pró-Renal | Comunicação Pró-Renal
Pressão arterial
A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. A contração do coração impulsionando o sangue é que cria esta força. Quando o coração se contrai (bate), a pressão do sangue aumenta; quando relaxa (entre os batimentos), diminui. Ela é maior nas artérias e menor nas veias. As artérias transportam o sangue oxigenado através do corpo e as veias retornam o sangue sem oxigênio para o coração.
O que é pressão alta?
Ela ocorre quando os vasos sanguíneos ficam estreitos ou rígidos, forçando o coração a bombear o sangue com mais força através do corpo. Quando a força do sangue contra a parede das artérias torna-se muito alta, se diz que o indivíduo possui pressão alta ou hipertensão arterial.
Como se interpreta os números quando a pressão arterial é medida?
O número inicial, ao se determinar a pressão arterial, é a pressão sistólica. Ela indica a força que o coração faz para bombear o sangue. O segundo é a pressão nas artérias, quando o coração não está se contraindo (entre os batimentos). Habitualmente, uma pressão arterial acima de 140/90 é considerada alta para adultos. Já para idosos (65 ou mais), a pressão acima de 160/90 que é tomada como alta.
Há alguma relação entre pressão alta e doença renal?
A hipertensão arterial e enfermidade renal estão intimamente relacionadas. Se a pressão elevada não for controlada pode haver dano renal. A hipertensão arterial é uma das principais causas da insuficiência renal no mundo.
Por outro lado, alguns problemas renais podem causar hipertensão arterial. A correção do problema pode eliminar a pressão elevada em alguns casos.
Como se detecta a hipertensão arterial?
Hipertensão arterial é uma doença silenciosa. Os sintomas habitualmente não estão presentes, embora alguns que possuem pressão elevada queixem-se de dor de cabeça, tontura ou sangramento nasal. Habitualmente, a única maneira de se determinar a doença é medir a pressão arterial. O seu médico, enfermeira ou outro profissional ligado à área de saúde pode determinar a sua pressão arterial rapidamente, sem dor, utilizando um aparelho chamado esfigmomanômetro. Se a primeira determinação da pressão arterial revelar um valor elevado, é importante medi-la novamente. Uma única determinação anormal não significa necessariamente que você tem pressão alta.
Quais são os sintomas de hipertensão arterial?
Esta anomalia é frequentemente chamada de “assassino silencioso” porque os sintomas geralmente estão ausentes. De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná, estima-se que pelo menos 65% dos idosos (60 anos ou mais) são hipertensos, ou seja, têm pressão alta.
As causas da hipertensão arterial
Embora várias enfermidades, incluindo as doenças dos rins, possam causar pressão alta, em 90% das vezes a causa não é identificável. Os indivíduos são considerados portadores de hipertensão primária ou essencial. Alguns têm uma tendência maior para desenvolver hipertensão arterial, a saber: idosos com uma história familiar de pressão arterial; indivíduos com excesso de peso; e pessoas da raça negra. Muito sal na alimentação também pode aumentar o risco de se desenvolver a doença.
Quais são os problemas renais que causam hipertensão?
Ela pode se desenvolver como resultado de uma variedade de enfermidades renais. Algumas mais comuns: nefrite, que consiste na inflamação dos rins (pode ser aguda ou crônica); doença policística — enfermidade hereditária, na qual grandes cistos se desenvolvem nos rins, destruindo o tecido renal normal; estenose de artéria renal — que há um estreitamento de uma ou de ambas as artérias que levam sangue para os rins.
Além do mais, a insuficiência renal pode causar hipertensão arterial devido à retenção excessiva de sal e líquidos ou causando a liberação de um hormônio produzido no rim, chamado renina.
Algumas destas condições podem ser tratadas com sucesso, eliminando a pressão arterial; por exemplo, a estenose da artéria renal pode ser corrigida com cirurgia ou por uma técnica denominada angioplastia.
O que mais pode causar a hipertensão arterial?
Pode advir de uma anormalidade de glândulas endócrinas — responsáveis por produzir todos nossos hormônios.
A alteração pode vir da:
- Glândula adrenal/suprarrenal. Uma em cima de cada rim;
- Glândula pituitária/hipófise, localizada na base do crânio;
- Glândula da tiroide, que fica na parte anterior do pescoço;
- Glândula paratiroide, localizadas na parte posterior da glândula da tiroide.
Essas causas são relativamente raras e podem ser curadas através do tratamento da anormalidade endócrina. Alguns medicamentos, como: pílulas anticoncepcionais, descongestionantes e pílulas dietéticas também podem elevar a pressão arterial. O seu médico pode aconselhá-lo a suspender a medicação ou trocá-la por outra.
Porque a pressão alta é tão perigosa?
Se a hipertensão arterial não é controlada, pode haver lesão de órgãos vitais, como: coração, cérebro, rins e artérias de outras partes do corpo. Há uma aceleração do processo de arteriosclerose, que é a formação de depósito de colesterol nos vasos sanguíneos, o que causa a obstrução desses vasos que irrigam o coração e produz o ataque cardíaco (infarto). A força para bombear o coração contra uma pressão elevada pode torná-lo insuficiente. A obstrução de vasos sanguíneos que irrigam o cérebro causa os “derrames” e, se a pressão é extremamente elevada, esses vasos podem se romper, causando uma hemorragia cerebral. O mesmo fenômeno nos vasos que irrigam as pernas pode causar gangrena.
Como essa doença lesa os rins?
A hipertensão pode tornar os vasos sanguíneos dos rins mais espessados e rígidos. Com isso, há uma redução da irrigação sanguínea, o que torna a função renal ineficiente. Portanto, esses órgãos ficam incapazes de remover os produtos nocivos do corpo. Há uma retenção de sal que faz com que o organismo armazene líquido. O acúmulo sobrecarrega o coração, aumenta a pressão arterial e pode se manifestar como edema (inchaço). A diminuição da irrigação sanguínea dos rins também pode lesar ainda mais o tecido renal e causar uma perda maior da função renal. Eventualmente, ocorre uma insuficiência total que desencadeia uma uremia. Essa lesão ocorre quando a pressão não é controlada.
Como a hipertensão é tratada?
Quando ela é identificada, recomendam-se algumas alterações de hábitos de vida, como: perder peso, reduzir o sal e álcool, parar de fumar, exercitar-se regularmente e reduzir o stress. Geralmente, essas medidas controlam a pressão arterial.
Se as alterações dos hábitos de vida não normalizarem a pressão arterial ou se ela for extremamente elevada, há necessidade de se prescrever medicamentos. Em muitos casos, a medicação prescrita deve ser tomada para o resto da vida.
Alguns desses medicamentos podem causar fraqueza, fadiga, insônia, aumento da frequência urinária, depressão, confusão mental, boca seca, congestão nasal, tonturas, dor de cabeça, diminuição das funções sexuais. Qualquer sintoma diferente deve ser relatado a seu médico. As medicações podem ser trocadas para eliminar ou amenizar esses efeitos.
Tratamentos
A hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz o trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento libera o corpo dos resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Também controla a pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias químicas como sódio, potássio, uréia e creatinina.
Como funciona a hemodiálise?
A hemodiálise é realizada através de um dialisador ou filtro especial para limpar o sangue.
O dialisador é formado por um conjunto de tubos e conectado a uma máquina. Todo esse equipamento recebe o sangue do paciente por um acesso vascular – que pode ser um cateter (tubo) ou uma fístula arteriovenosa (que é uma comunicação entre artéria e veia feita por volta de 3 meses antes da primeira hemodiálise).
Em seguida, o sangue flui pelos tubos para o dialisador. Nele, o sangue é exposto à solução de diálise (dialisato). Assim, o sangue é filtrado dos resíduos, das toxinas e do excesso de líquidos (que, nesse caso, seria a urina).
Depois de limpo, o dialisador devolve o sangue ao corpo através de outro tubo.
(Inserir infográfico)
Onde esse tratamento é feito?
Geralmente, esse procedimento é realizado ou em clínicas especializadas ou em hospitais, onde o paciente se trata três vezes por semana em sessões que duram quatro horas.
Com esse tratamento, o paciente se encontra numa situação de dependência, visto que sempre precisará da ajuda profissional para fazer as suas hemodiálises. Caso o paciente deseje viajar, sua clínica, através do sistema Hemodiálise em trânsito, entrará em contato com o local de destino e passará suas informações para que o tratamento continue. É importante que, antes da viagem, o paciente ou algum familiar entre em contato com a clínica de destino para informar exatamente o dia em que chegará.
Existem dois tipos de diálise peritoneal: a CAPD e a CCPD
O que é diálise peritoneal Contínua – CAPD?
A diálise peritoneal ou CAPD – Diálise Ambulatorial Peritoneal Contínua – é outro procedimento que substitui o trabalho dos rins. Do mesmo modo que a hemodiálise retira o excesso de água e substâncias químicas que deveriam ser eliminadas pela urina. O procedimento, porém, é diferente.
Como funciona a diálise peritoneal?
Este tipo de diálise usa o revestimento do abdome para filtrar o sangue. Esse revestimento é chamado de membrana peritoneal. Uma solução purificadora, chamada dialisato, flui por um tubo especial para o abdome. Líquido, resíduos e substâncias químicas passam de minúsculos vasos de sangue da membrana peritoneal para o dialisato. Depois de várias horas, o dialisato é escoado do abdome e leva os resíduos do sangue com ele. A seguir, o dialisato fresco é colocado no abdome e o processo de limpeza recomeça.
Esse procedimento é realizado quatro ou cinco vezes por dia e pode ser feito pelo próprio paciente em casa. Enquanto o dialisato está na cavidade peritoneal, o paciente pode exercer outras atividades, como trabalhar e estudar.
O que é diálise peritoneal Clínica Contínua – CAPD?
A Diálise Peritoneal Cíclica Contínua ou CCPD é outra forma de diálise, na qual também se usa o peritôneo como membrana dialisante. A diferença é que na CCPD se usa uma máquina para efetuar as trocas de dialisato automaticamente.
O tempo de diálise noturna é de aproximadamente 08 a 10 horas, porém o ciclo de permanência do liquido na cavidade peritoneal é de 01h30.
O que é fístula?
A fístula é um acesso vascular por onde deverá ser realizada a hemodiálise. Esse acesso é formado na ligação entre uma artéria e uma veia do antebraço, a qual é feita através de uma pequena cirurgia. A alteração do fluxo faz com que a veia se torne mais larga e resistente, permitindo um fluxo de sangue mais rápido. Esta ligação permitirá a colocação de duas agulhas, uma por onde o sangue sairá para o dialisador e outra pela qual o sangue filtrado será devolvido para a pessoa.
Quais os cuidados que devem ser tomados com a fístula?
O braço da fístula deve ser lavado com água e sabonete e conservado sempre bem limpo. Esses cuidados evitarão uma infecção que poderia inutilizar a fístula. Qualquer sinal de inchaço ou vermelhidão deve ser comunicado imediatamente ao médico ou a enfermeira. Fazer exercícios com a mão e o braço onde está localizada a fístula, faz com que os músculos do braço ajudem no fortalecimento da fístula. Deve-se evitar carregar pesos ou dormir sobre o braço onde está a fístula, pois a pressão sobre ela pode interromper o fluxo de sangue.
O que é cateter?
O cateter é um tubo de plástico estreito que é inserido em uma veia larga do pescoço, e pelo qual será feita a retirada e a devolução do sangue durante a hemodiálise.
Geralmente este tipo de acesso é temporário, mas, algumas vezes, é usado para um tratamento mais longo.
Quando se deve começar o tratamento dialítico?
Recomenda-se iniciar a diálise assim que a função renal estiver deteriorada (restando entre 15-25% de função) e quando a melhora já não é possível através de tratamentos habituais. Este grau de insuficiência renal crônica se manifesta habitualmente com os sinais e sintomas descritos acima e com manifestações mais graves, como derrame pericárdico e evidência de desnutrição grave.
É importante que se inicie o tratamento dialítico em boas condições clínicas, ou seja, antes destas manifestações descritas estarem presentes. Para isto, o nefrologista deve fazer um rigoroso acompanhamento clínico, bem como a avaliação laboratorial frequente (principalmente dos valores séricos de uréia e de creatinina).
O que é o transplante renal?
É uma cirurgia na qual um rim saudável é colocado em um indivíduo portador de insuficiência renal crônica, com objetivo de recuperar as funções renais perdidas.
Como o paciente em diálise deve ser preparado para o transplante?
É preciso que o paciente esteja em ótimas condições clínicas para que o transplante tenha êxito. Assim, minimizamos os riscos referentes à cirurgia e anestesia, bem como o pós-operatório.
Os pacientes que têm hipertensão arterial de difícil controle; diabéticos; coronariopatas, que têm lesões nas artérias coronárias; e fumantes devem ser investigados detalhadamente do ponto de vista cardiovascular, e quando necessário, deve ser realizado o cateterismo cardíaco.
Para os portadores dos vírus das hepatites B e C, também deve ser feita a avaliação do funcionamento do fígado, que é de grande importância para o metabolismo dos anestésicos e medicamentos imunossupressores, que diminuem a eficiência do sistema imunológico.
Em determinados pacientes, também é imprescindível uma avaliação psicológica.
Quais são as contra indicações para o transplante renal?
As contraindicações são impostas pelas condições de saúde do paciente, como em qualquer outra cirurgia. Portadores de enfermidades hepáticas, do fígado; cardiovasculares ou infecciosas, quando não controladas; e pacientes gravemente desnutridos são contraindicações formais para esta operação.
Pacientes com distúrbios psiquiátricos, abuso de álcool ou drogas, ou problemas graves na estrutura familiar, podem comprometer o uso correto dos medicamentos e controles médicos e laboratoriais no pós-transplante.
Quais são os tipos de doadores?
Existem os doadores vivos (parentes ou não) e os doadores falecidos.
O que é um transplante com doador vivo relacionado?
É o transplante realizado com o rim proveniente de uma pessoa viva, aparentada por laços de sangue com o receptor, geralmente pais, irmãos ou filhos. Há casos excepcionais em que é possível realizar transplantes com rins doados de parentes.
Quais são as condições necessárias para ser um doador vivo?
Manifestar desejo espontâneo e voluntário de ser doador;
Demonstrar parentesco;
Estar em boas condições clínicas e psicológicas;
Ter compatibilidade ABO com o receptor;
Submeter-se a exames para comprovar sua compatibilidade (HLA e cross-match);
Submeter-se a exames médicos, laboratoriais e radiológicos previamente estabelecidos, necessários para assegurar ao doador uma cirurgia sem inconvenientes e um pós-operatório confortável, assim como dar-lhe segurança de que a doação não afetará sua qualidade de vida, sua capacidade laborativa e suas possibilidades de gerar filhos.
Quais são os riscos que um doador vivo corre?
Toda pessoa que se submete a uma cirurgia e anestesia geral corre riscos que podem ser minimizados com os exames pré-operatórios e os avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas.
Por outro lado, as funções renais podem ser realizadas de forma normal por um único rim (como se observa em pessoas que já nascem com um rim único, ou em vítimas de acidentes ou enfermidades com perda de um dos rins). O seguimento em longo prazo não demonstra transtornos.
Qual o grau de compatibilidade que deve haver entre um doador vivo e um receptor?
Os dois devem ter o mesmo grupo sanguíneo (A, B, AB ou O) ou serem de grupos compatíveis entre si (por exemplo, um rim de um doador do grupo O pode ser transplantado em receptores de qualquer grupo sanguíneo).
Deve existir também a compatibilidade determinada pelo sistema HLA (antígeno leucocitário humano).
Por exemplo: todo indivíduo herda metade do HLA de seu pai e metade de sua mãe. Por isso, quando o paciente recebe um rim de seu pai ou de sua mãe, ele terá 50% de compatibilidade HLA.
Quando o transplante é realizado entre irmãos, existem três situações: podem compartilhar somente metade (25%) do HLA; podem ser HLA idênticos; ou então podem ser absolutamente distintos. Em qualquer das situações o transplante poderá ser realizado.